O tombo do gigante...

Na noite da última quinta-feira, o time do Franca Basquete foi eliminado precocemente do campeonato Paulista/2011... só não foi mais precoce a eliminação porque a chave de Franca tinha times totalmente sem estrutura para disputar um campeonato de alto rendimento e tais times só acrescentaram financeiramente aos cofres da FPB.

Não estou aqui para tirar os méritos da equipe de São José, muito pelo contrário, montaram uma equipe forte, altamente competitiva, inclusive com ex-jogadores do Franca Basquete, souberam aproveitar a vantagem de jogar duas partidas seguidas em casa, apertaram Franca, levando o 3º jogo para a prorrogação e souberam se valer dos pequenos erros de Franca pra vencer e fechar a série em 3x1.

Mas o assunto aqui não é o mérito do São José, o assunto aqui é o tombo de proporções épicas que o Franca Basquete levou.

Todos nós francanos estamos acostumados a pensar no FBC como algo imbatível, inabalável, um time que só pelo nome e pela história, faz os adversários tremerem nas bases... mas isso faz parte do passado glorioso do Franca. Estamos vivendo um novo século, um novo milênio, uma nova história. Franca é um time que merece todo o respeito pela sua história, mas respeito não ganha jogo e não garante a contratação de bons jogadores.

O planejamento da equipe de Franca deveria ter começado um minuto após a conquista do vice campeonato nacional, ou será que ninguém pensou que os jogadores vice campeões nacionais, seriam assediados assim que ligassem seus telefones celulares?

Sei que dos jogadores que sairam, dois sairam daqui por conta de "conversinha", papo atravessado entre familiares, diretoria e comissão técnica... será que nossos dirigentes e as famílias dos jogadores não sabem separar o que é amizade do que é trabalho? Será que é difícil entender que mesmo sendo parentes, cumpadres, ou o que quer que seja, o Franca Basquete tem que ser maior que isso? Apesar de sempre dizermos que o FBC é uma família, ele é muito mais do que isso...

O Franca Basquete envolve muito mais do que dirigentes, jogadores e familiares de jogadores. O Franca envolve toda uma cidade, movimenta comentários em todas as outras torcidas, mobiliza quatro rádios da cidade, sempre é citado nos meios de comunicação de massa... posso ficar a noite toda aqui apontando todos os envolvidos com o FBC, mas não vai adiantar, não vai mudar a desclassificação do Paulista e nem fazer que o time tenha uma campanha irretocável no NBB.

O tombo de Franca foi grande porque Franca é um time grande, acostumado a viver nos mais altos patamares dos campeonatos, mas apesar de ter um patrocínio maior do que o que tinha no ano passado a eliminação precoce veio novamente. Quem foi ao jogo viu o cansaço estampado no rosto dos nossos jogadores, viu a falta de preparo administrativo de nossos diretores, mas acima de tudo, quem entende um mínimo de basquete, viu que o time de Franca hoje está muito abaixo do que era o time de Franca no campeonato passado. Vão dizer: "ahh, mas você está sendo precipitada, vem três americanos ai..." Quero que alguém me mostre aonde está escrito que contratar americanos é sinônimo de conquistar títulos. Quantas vezes o Paulistano e o Pinheiros foram campeões jogando com o Shamel??? E o Bauru jogando com o Larry???

Minha opinião pessoal, time pra ser campeão tem que jogar junto todo dia, mas não é por 9 meses não... é por anos. Por que o COC/Ribeirão foi pentacampeão? Por que o Brasilia vem se destacando nacionalmente, mesmo sem ter um campeonato regional preparatório?

Não venham me dizer que a solução para o Franca é acabar com a dinastia Garcia... temo que se o Bigode sair as coisas piorem ainda mais. A solução pro Franca tem nome, e não é tão difícil de ser feita, já que nossos dirigentes são todos excelentes administradores de suas empresas. O que falta em Franca é HUMILDADE, para tratar os times de igual pra igual. Tratar jogadores como gostariam de ser tratados... é planejar a temporada seguinte antes da atual acabar. É fechar com os jogadores, fazendo propostas compatíveis com o mercado e com a realidade fiscal da equipe, antes que esses saiam de férias e sejam contatados por outros times...

Alguém deve estar pensando: "Falando assim parece fácil. Por que ela não vai lá e faz melhor?" Respondo de uma forma curta e um pouco grossa: Eu faço minha função de torcer e incentivar o time, de puxar a orelha quando necessário, façam vocês o que vocês se propuseram a fazer e parem de ficar tentando ganhar as pessoas na conversa. Honestidade e hombridade cabem em qualquer lugar!

Para refletir: "Ao povo pão e circo..." Adaptando para Franca: " A torcida, papo mole e americanos..." Já sabemos o que querem com isso, certo?